Extensão universitária

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Paulo Freire – em sua última entrevista antes de vir a falecer – ressalta o poder das marchas como agentes transformadores, que buscam mudar uma realidade a qual não estão satisfeitos. Vejo o projeto Rondon como uma grande marcha, assim como o movimento de extensão universitária como a “marcha mãe”. O Rondon foi uma grande experiência para mim e que recomendo para todos os universitários. Saiam da caixa.

Normalmente, pesquisa e extensão não se comunicam da maneira adequada. Temos um ensino decadente, onde o professor é o detentor do conhecimento e os alunos não se engajam, não se sentem interessados em ir além do que lhes é passado em aula. A pesquisa nos dá ótimos frutos e é extremamente necessária, porém, muitas vezes temos pessoas extremamente presas nos laboratórios e em bibliografias, sem dar valor ao que temos em volta. Dessa forma, a extensão é uma mescla dessas duas frentes, podendo até ser chamada de uma “pesquisa socialmente referenciada”. Fazer extensão é envolver-se com o objeto de estudo, uma comunidade por exemplo. Não se trata apenas de conversar, fazer entrevistas e levar um plano de ação pronto para ser executado. Trata-se de uma vivência com a comunidade. A medida que nos envolvemos nós humanizamos outras pessoas e elas também exercem o mesmo papel em nós. Isso gera relacionamento, isso dá voz a quem antes não tinha. E por fim, a extensão qualifica o compromisso social que a universidade tem para com a sociedade.

Em um vídeo que não me recordo agora, achei muito interessante a visão de um professor que falou sobre o estudante que participa de atividades de extensão. Para ele, esse estudante é muito mais engajado e interessado, diferente daquele que apenas se “preocupa” com o ensino. Na extensão não há apenas uma relação com a comunidade mas há uma relação muito melhor de professores e estudantes, onde os estudantes estão a frente do próprio ensino e potencializam seu aprendizado e envolvimento o quanto querem e o professor é mais um integrante desta equipe.

Para terminar minha reflexão, acho que a melhor frase que ilustra esse movimento é “construir COM a comunidade e não PARA a comunidade”. Para isso, a extensão universitária deve ser um diálogo entre ensino e pesquisa. Se você ainda está na universidade sugiro fortemente que procure a coordenação de extensão, veja os projetos em execução que você pode se envolver e participe.

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